domingo, 31 de julho de 2011

As previsões do futuro feitas por Henry Ford há 80 anos tornaram-se realidade?

Em setembro de 1931 o New York Times pediu a Henry Ford e várias outras personalidades para olhar oitenta anos à frente e prever como seria a vida em 2011. Esquecidas até agora, aqui estão as previsões de Ford.

Quando escreveu o artigo intitulado “As promessas do Futuro Fazem o Presente Parecer Monótono”, Ford atravessava o auge da exposição. Podre de rico, controlava a Ford Motor Company – que construía anualmente um terço dos automóveis do mundo. A imagem pública de Ford estava se recuperando de um julgamento sobre o jornal e livros antissemitas que havia publicado, e que culminou com um pedido de desculpas em 1927.

Se alguém deveria ter visões sobre o futuro a partir de 1931, essa pessoa seria o homem que tanto fez para moldar o presente. No entanto Ford, que deu a si mesmo o título de “experimentador industrial” no artigo, atropelou todas as previsões concretas sobre tecnologia, ciência ou transportes:

“Não há dúvidas de que as sementes de 1931 tenham sido plantadas e possivelmente germinadas em 1951, mas alguém previu a colheita? E de modo semelhante, as sementes de 2011 estão conosco agora, mas quem sabe distingui-las?”

Em vez disso, Ford se voltou ao idealismo idiossincrático que o levou a dobrar o pagamento de seus operários e em seguida contratar um pelotão de assistentes sociais para investigar suas vidas privadas, a se opor ao “desperdício” da Primeira Guerra Mundial e depois transformar suas fábricas para produzir armamentos. O que parecia deixá-lo mais preocupado era com a riqueza corroendo o caráter, algo que preocupava muita gente depois da crise de 1929.

“O crescimento material”, escreveu Ford, “está definitivamente marcado pela diminuição moral”.

Os demais prognósticos, cujas previsões foram recuperadas dos cofres pelo blog de um escritório de advocacia da Carolina do Sul, eram muito mais específicos, elogiando os avanços da medicina e tecnologia.

Um deles previa cidades maiores, índices de divórcios mais altos, governo mais abrangente e “que a propriedade privada de conveniências mecânicas será largamente estendida”.

Mas um comentário de Ford sobre o futuro dos negócios e da economia sobreviveu 79 anos intacto:

“Deveremos passar por cima de nossa máquina econômica e redesenhá-la, mas não com o propósito de fazer algo diferente do que temos, mas sim para fazer a máquina fazer o que dissemos que ela conseguiria fazer… o único proveito da vida é a vida em si, e eu acredito que nos próximos 80 anos teremos mais sucesso em aproveitar a vida.”

Para isso, vamos mencionar dois fatos. Quando Ford escreveu este artigo em 1931, mais da metade dos americanos viviam na miséria; hoje o número caiu para 14%. E quando Ford dobrou o salário de seus trabalhadores para cinco dólares diários em 1914, seus ganhos por hora eram de cerca de 14 dólares em valores atuais – exatamente o que o atual “segundo-escalão” de operários ganha hoje nas fábricas de Detroit. O passado nunca está tão longe de nós.

Por Justin Hyde

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