quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Você é vitima do money disorder?

Se ao ouvir a palavra dinheiro você treme, dorme mal ou tem pesadelos com contas e promissórias, você pode ser uma vítima do money disorder

A crise não poupa ninguém. Algumas pessoas sofrem mais, outras menos. Mas se só de pensar em pagamento, conta, dinheiro e emprego seu estômago se contorce e você sua frio, cuidado, você pode ser uma vítima do money disorder, uma série de comportamentos autodestrutivos e limitantes ligados ao dinheiro, que, na opinião dos médicos, não são tão extremos como o jogo patológico, a cleptomania ou as compras compulsivas, mas, afligem uma grande parte das pessoas.

Embora seja difícil apontar o número de pacientes ou profissionais atingidos pela distúrbio, especialistas garantem que desequilíbrios relacionados ao dinheiro se multiplicaram nos últimos anos e os campos da psicologia e planejamento financeiro têm sido lentos para ligar dinheiro a emoção. “O dinheiro ainda é um grande tabu cultural que raramente é discutido abertamente”, afirma o psiquiatra especializado em medicina psicossomática, Leonardo Verea.

Não é errado afirmar que quase todo mundo tem uma relação complicada com o dinheiro. Estudos mostram que o dinheiro é a principal razão para o divórcio nos primeiros anos de casamento, e mesmo antes da recessão, três em cada quatro norte-americanos identificaram o dinheiro como a maior fonte de estresse em suas vidas.

Mas, ao contrário de problemas financeiros que trazem algumas dores de cabeça e até um pouco de insônia, o money disorder, ou transtorno do dinheiro em tradução livre, afeta a qualidade de vida do doente de forma grave.

E pouco importa se o doente não faz parte dos que perderam o emprego, dos que viram o valor das aplicações diminuír pela metade ou desaparecer, ou perdeu a moradia porque não conseguiu pagar as prestações do financiamento. Ele simplesmente não consegue lidar com dinheiro sem grande sofrimento.

“Dos ricos que vendem os barcos luxuosos à classe média que começa a usar ônibus e metrô porque custa menos, se percebe que, para a maioria da população, o dinheiro é a principal causa de estresse”, diz Verea.

A medicina identificou nos últimos anos alguns comportamentos financeiros problemáticos. As pessoas são afetadas por esses distúrbios de comportam da seguinte foma:

Over spending: gasta muito sem necessidade;
Under spending: não gasta nada, nunca. Mesmo que isso gere problemas;
Serial borrowing: pede dinheiro emprestado, mesmo sem necessidade;
Infidelidade financeira: mente ou esconde do cônjuge o volume das próprias despesas, dos ganhos e da conta bancária;
Workahoolism: sobrecarrega-se de trabalho de forma voluntária;
Financial inces: cobre de dinheiro os familiares com o objetivo de controlá-los;
Financial enabling: dá dinheiro a filhos adultos para desmotivá-los a se tornar independentes;
Hoarding: guarda o dinheiro de forma compulsiva, sem objetivo;

Para Verea, o problema já existe faz tempo, mas o tsunami financeiro, que atropela as bolsas e ameaça o sistema econômico internacional, favorece a evolução do transtorno e a difusão do sofrimento.

“O money disorder pode ser resolvido sem medicação, através de terapia e aconselhamento financeiro. Dois profissionais que trabalham separadamente, mas conectados. Uma combinação de ambas as especialidades para tratar causa e efeito”, explica o psiquiatra.

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