terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Pequenos presentes podem custar grandes favores

Pessoas persuasivas sempre despertam a nossa atenção. Carismáticas, eloquentes e sempre muito habilidosas quando precisam convencer alguém a fazer algo que lhes interesse. Você já se questionou de onde vem esse "dom" da persuasão? Bem, na verdade, não se trata somente de uma questão de talento. Pessoas persuasivas se baseiam no princípio básico do que chamamos de Lei da Reciprocidade.

A influência de uma pessoa persuasiva pode ser percebida através de algo que parece muito simples e com pouco significado, mas que na verdade tem um grande poder: pequenos presentes. Quando você dá algo a uma pessoa antes de lhe pedir outra coisa em troca, o ato de presentear gera no presenteado um sentimento de que ele está em dívida com você.
De um modo geral, nosso cérebro não gosta da ideia de que sejamos taxados como ingratos. É por isso que, ao receber um presente, automaticamente nos sentimos compelidos a retribuir a atitude de alguma maneira.
O marketing sabe explorar muito bem este recurso. Por essa razão, muitas marcas oferecem amostras grátis, por exemplo. Experimentar um produto gratuitamente te deixa mais susceptível a retribuir a "gentileza" comprando-o. O tema da reciprocidade é abordado em um dos episódios do programa Manual do Êxito, que faz um ressalva importante. Essa técnica dos presentes em troca de favores funciona apenas se isso acontece de um modo sutil.
Se você está batalhando por um aumento, por exemplo, e antes da conversa presenteia seu chefe com algo caro e luxuoso, provavelmente o ímpeto dele será recusar o presente e interpretar a atitude de um modo negativo, entendendo que você está tentando comprá-lo com um bem material. Por outro lado, um pequeno agrado como levar uma xícara de café pode contar pontos, por mais simples que isso possa parecer.
O programa de TV cita ainda um exemplo histórico que até hoje tem influência na política norte-americana. O presidente Thomas Jefferson tinha tanto receio do poder de pequenos presentes que não se permitia receber nenhum ao longo de toda sua vida, justamente por temer ser cobrado por isso depois. Essa precaução tem reflexos ainda hoje no Capitólio, tendo em vista que o Senado e a Câmara não permitem que os congressistas americanos recebam presentes superiores a U$ 50 dólares, visando justamente inibir a troca de favores.
Aquele ditado que "não existe almoço grátis" não poderia ter mais fundamento nesse cenário. Lembre-se da lei da reciprocidade quando estiver prestes a receber um favor de um colega de trabalho ou lhe oferecerem algum presente. A colaboração mútua pode ser benéfica em diversos contextos, mas fique alerta para não colocar-se em uma posição de devedor. 
Fonte:http://g1.globo.com/economia/blog/samy-dana/1.html em 29/12/2015